terça-feira, 5 de outubro de 2010

A religiosidade dos habitantes de Garabandal


Igreja de Garabandal
  

A religiosidade dos habitantes de Garabandal

Apesar de ser uma vila pobre, a religiosidade da sua população era notável. Diariamente, pelo anoitecer, uma senhora percorria as ruazinhas de pedra e terra, tocando uma sineta, lembrando a todos o dever de rezarem pelos falecidos. Pouco depois, vestidas de preto, lenço ou mantilha na cabeça, as mulheres dirigiam-se à Igreja, onde rezavam o terço e as ladainhas. Ou então a via-sacra. À frente, correndo e brincando, íam as crianças, e atrás, caminhando vagarosamente, alguns homens. Nos fins de semana, sempre que possível, o padre Valentim Marichalar, pároco de Cosio, enfrentava a cavalo a rampa de 600 metros para celebrar a missa e ouvir algumas confissões. (Menos afortunado era o médico que, na falta de um cavalo, subia a pé, atendendo aos raros chamados, pois aqueles montanheses, endurecidos pela rude vida que levavam, raramente adoeciam).
A religiosidade deste povo era assim reconhecida por um velho padre de Covadonga, que noutros tempos, na ausência do pároco, tinha subido várias vezes até a vila, para dirigir as orações. "Eram muito devotos - conta ele. Rezavam o terço diariamente. Juntavam-se na igreja à noite, e ninguém faltava, homens, mulheres e crianças. Quando me contaram que ali aparecia a Virgem, eu disse para mim mesmo: Se não fosse ali, onde haveria de ser?".
Eis, em rápidas pinceladas, o cenário onde, dentro em breve, começarão a desenrolar-se acontecimentos que ultrapassam a imaginação humana. Acontecimentos tão insólitos que, de repente, virão arrancar Garabandal da sua apagada vida de cada dia, para projectá-la nas páginas dos jornais do mundo inteiro e atraindo para lá o bulício e a inquietação de milhares de romeiros. O silêncio de suas pacatas ruelas, quebrado apenas pelos cincerros das vacas, ficará bem logo povoado pelos comentários de multidões de visitantes e de frases em francês, inglês, português, italiano, alemão...
E o resultado de tudo isto é a história impressionantemente doce que tentaremos reconstruir aqui, uma espécie de conto de fadas para o nosso tempo, o que levou o papa Paulo VI a exclamar: "Garabandal é a mais bela história da humanidade, depois do nascimento de Jesus".


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